Refletindo um pouco

Estou de molho uns dias por conta de uma doença de pele e, por conta da dor, não consegui desenhar nada. Estou parecendo um cronenberguizinho. Aos poucos os remédios estão dando conta do recado e logo posso voltar a minha vida normal.

Hoje estava vendo alguns filmes (maratona Cronenberg, não podia deixar a deixa passar) e, comecei a pensar sobre o ato de fazer quadrinhos. E o que isso representa pra mim.

Comecei a fazer HQs com doze anos. Era uma brincadeira divertida. Eu enchia cadernos com histórias sem muito sentido, mas que eram divertidas de produzir.

Como era algo que eu gostava de fazer, comecei a ir atrás de matérias de como fazer. E a tentativa de melhorar meus desenhos, meus roteiros, embora tenham surtido algum pouco efeito, tiraram um pouco a graça do ato de fazer em si. Foi nessa época que conheci mais gente que gostava de desenhar, e comecei a encarar esse gosto como uma vocação.

Mais tarde, na época da faculdade, por um tempo eu me concentrei em fazer algo mais simples, como forma de praticar. Comecei a fazer as tirinhas do Moisés e, como consequência, surgiu esse site como forma de divulgar esses quadrinhos que estava fazendo (claro, o layout mudou muito ao longo do tempo). Minha rotina da produção desses quadrinhos era bem livre de pressões externas. Eu tinha apenas a meta de publicar semanalmente, o resto era feito no improviso, de maneira livre e como um laboratório. E essa liberdade foi, vendo agora, o motor de toda aquela produção.

Esse período trouxe bons frutos. Lembro que na minha mente tudo era muito simples e fácil. Eu pensava: “cara, é só fazer, e fazer é simples”.

Ma ai aconteceu alguma coisa. Acho que foi na época do FIQ de 2007. De uma hora pra outra comecei a olhar para meu trabalho como algo muito inferior ao que de fato ele deveria ser. Comecei a mirar objetivos maiores, queria fazer uma graphic novel, com um desenho mais bem trabalhado.

E assim se passaram dez anos. Desenhei. Estudei sobre roteiro, sobre quadrinhos. Mas produzi pouco. Comecei e não terminei vários projetos. Embora tenha alguns lampejos de diversão a minha autocrítica é grande.

E é justamente essa autocrítica que tem atrapalhado tudo.

Quero mudar a chave. Ser menos crítico e mais produtivo. Divertir mais e pensar menos. Escrever menos posts e publicar mais quadrinhos.

E persistir. Sempre!

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