Quadrinista desconhecido

Acho que todos devemos ter o direito de escolher fazer ou não fazer algo. Bill Watterson escolheu parar de desenhar as tirinhas do Calvin e eu respeito isso. Acredito que não é porque a pessoa tem um determinado talento que ela deva usá-lo por toda vida. Todos deveriam ter a escolha de fazer ou não fazer. Eu, por exemplo, tenho talento nato para pesca de tubarões em mar aberto, mas prefiro fazer quadrinhos.

Composição em tirinhas

Sem pretenção de escrever um tutorial, gostaria de destacar algo que venho observado (e usado) nos meus últimos trabalhos: a relação entre manchas claras e escuras em um quadrinho. Explico: até bem pouco tempo eu tentava entupir todos os quadrinhos com desenhos, pensando que assim estava criando uma composição melhor. Hoje tenho usado uma estratégia diferente, os personagens (ou cenários) ocupam em média apenas 25% da área total de um quadrinho. Também tenho usado somente a metade inferior do quadro para os desenhos importantes.

Manchas dos personagens em relação ao fundo.
Manchas escuras e divisão do espaço nos quadrinhos.

Quero experimentar reduzir ainda mais a porcentagem de manchas escuras nos quadrinhos. Não sei se essa mesma lógica se aplicaria a páginas ou a traços mais complexos. Mas é algo que tem funcionado pra mim: tanto que comecei a rafear as páginas primeiro jogando as manchas pretas, para depois ir detalhando.

Quase autobiográfico

Quem dera desenhar como o Angeli, ter a liberdade (coragem e atitude) do Laerte e ser rico como o Ziraldo!

Lilith, o demônio

“Demônios são vermelhos, tem chifres e rabo!” – disse um amigo em tom irônico ao ver meus desenhos. Quanto preconceito!