Mercado editorial implodindo, institucionalização da intolerância, desemprego, calor da porra… Seja de qual janela você olhe, verá uma realidade nada animadora, talvez, enlouquecedora (a metáfora do filme Bird Box encaixa-se bem aqui).
Essa caldo social influencia seu experienciamento da vida.
Mas esse chorume em que vivemos deve apenas influenciar, e não determinar, quem nós somos. O que determina seu caminho, são em grande medida suas decisões e ações. Acredito que individualmente somos capazes de mudar nosso microcosmo.
Lembro-me das passagens de Papillon, livro de Henri Charrière, nas quais o condenado à prisão perpétua ficou em celas da solitária. O personagem seguia uma marcha ininterrupta, andando de um lado ao outro da cela, incansavelmente dia após dia. O ato de caminhar, mais que manter sua saúde física, possibilitava que a mente voasse em transe para além daquele cubículo escuro e úmido. Num ato de rebeldia, a imaginação transportava Papillon para fora da prisão. A pior prisão que o mundo já teve não foi capaz de aprisionar a mente de um homem obcecado pela liberdade.
PS.1: Estou finalmente desenhando a próxima história curta.
PS.2: Já tenho material para uma revista, mas não para um livro. Sei que é importante publicar algo impresso, mas sempre quando imagino a realização prática disso (gráficas, estoque, postagens, eventos) fico desmotivado.
PS.3: Acho que eu tenho comicconexperiencefobia.