Escritor e quadrinista: você deveria fazer histórias curtas

Eu acredito que o formato de narrativas breves é muito poderoso, por vários aspéctos. Um deles é que racionalmente é a melhor forma de começar a escrever ou desenhar.

Isso porque no início você não tem experiência e conhecimento suficiente para conseguir terminar um trabalho maior, que depende de mais fôlego.

Mas há mais vantagens que elenco logo abaixo e no vídeo que fiz para o meu humilde canal no youtube.

O vídeo foi mais ou menos como um teste. Não pretendo me dedicar muito à plataforma de vídeos. A ideia era experimentar como eu me sairia falando para uma câmera.

Ainda não sei avaliar se a experiência foi legal ou não. É bem provável que não vou insistir nesse formato de vídeo. Embora ainda quero voltar a fazer vídeos do processo de desenho. Estes sim, acho que são mais interessantes de compartilhar.

Bom, vamos ao momento de vergonha alheia:


E aqui o resumo do que tentei falar sobre as vantagens de se começar fazendo narrativas breves:

  • Começo gradual;
    • como uma escadinha, coloque mais um degrau à medida que for se acostumando (Ex. 1 página, 2 páginas, etc)
  • Espaço para experimentar;
    • a cada nova história, você pode mudar de caminho, experimentar;
  • Você vai aprendendo aos poucos;
    • a cada nova história, a chance de consertar o que não deu certo. SIGA EM FRENTE!
  • No final de um período você terá material para fazer um livro;
    • Ao final de um período, você terá material para fazer um livro seu juntando o melhor da sua produção.

E aí? Bora colocar em prática?

Live sobre o ‘Deslocados’ no dia do quadrinho nacional

Participei de uma live com o pessoal muito legal do Yellow Talk Cast no dia do quadrinho nacional, falando sobre o Deslocados e sobre a minha “carreira” como quadrinista.

Quer sentir um pouco de vergonha alheia? Olha só o drama:

O pessoal do Yellow Talk tem um trabalho muito legal de divulgação e debate sobre os quadrinhos publicados no brasil, sejam eles feitos por brasileiros ou não.

Se não conhecia o canal deles, segue lá e acompanhe. Tem o site também, que é esse aqui.

Entrevista Alan Moore ‘Como escrever histórias em quadrinhos’

Entrevista com Alan Moore publicada originalmente em The Comics Journal #119 (Janeiro de 1988),#120 (Março de 1988) e #121 (Abril de 1988).

Essa entrevista é uma aula sobre roteiros de quadrinhos. Citei ela na live do Yellow Talk Cast, com a certeza de que era facilmente encontrada na internet. Mas pelo jeito não é tão fácil assim. Por isso estou disponibilizando ela aqui no site para todo mundo que curte quadrinhos e, principalmente, para quem escreve ou gostaria de escrever histórias.

É só clicar aqui no link.

Na prancheta

Roteiro pronto para uma nova história. Pronto entenda: escrito e desenvolvido o suficiente para poder desenhar. Como eu mesmo desenho as histórias, dessa vez vou me dar a liberdade e abertura de incorporar o acaso ao processo.

Explico: há passagens na história que estão definidas no texto, mas podem ou não serem aumentadas ou diminuídas, de acordo com a evolução dos personagens ao longo do processo de desenho das páginas.

Desta vez, serão mais páginas do que estou acostumado a fazer. Algo próximo a 60.

Mas diferente do que aconteceu lá atrás, entre 2008 e 2013, quando tentei e falhei em trabalhar em histórias maiores, acredito que hoje estou com um pouco mais preparado para o desafio.

Não vou abandonar as histórias curtas. Tenho roteiros prontos para narrativas breves que pretendo desenhar também ainda este ano.

Mas sabe aquela sensação boa de estar fazendo algo diferente do que já fez? Então. Eu queria encarar esse desafio de fazer uma história maior.

Depois volto às curtas. Pois acredito que ainda tenho muito a contar nesse formato.

E você? O que tem planejado fazer nesse novo ano? Conta aí!

Como foi a Feira OGRA 2023

Obrigado a todos que colaram lá na Feira OGRA em São Paulo. O calor estava intenso e choveu, mas nem com isso os fãs de quadrinhos deixaram de prestigiar o evento.

Foi muito bom ter uma oportunidade para mostrar o Deslocados em São Paulo, juntamente com as mais recentes revistas Café Espacial e os Minilivros.rt da Renata Torres.

Também foi muito especial rever os amigos e também fazer novos!

Aos paulistas que não conseguiram ir, fica a dica de que deixei alguns exemplares lá na Ugra. Então dá um pulo lá para conhecer!

É provável que este seja o último evento que irei em 2023, o foco agora é no roteiro do próximo quadrinho que vou desenhar.

Mas com certeza no próximo ano estarei presente em outras feiras e eventos. Pois vale muito a pena esse contato com as pessoas que curtem e fazem quadrinhos.

Só espero escolher melhor o hotel da próxima vez. Porque ficamos praticamente num cativeiro. 🙂

Vou estar na Feira OGRA em SP

Alô pessoal de São Paulo! Vou participar da feira OGRA promovida pela Ugra Press no final deste mês de outubro!

Vou estar vendendo e autografando o Deslocados, meu primeiro álbum em quadrinhos publicado pelo Selo Cafe Espacial. Na mesa também vai ter outras publicações do Selo Café Espacial (Aymará do Laudo Ferreira e edições da Café), algumas raridades como a Isto não é uma revista de terror, além de alguns minilivros da Renata Torres. Só coisa fina! 🙂

A OGRA está em sua segunda edição e acontecerá na Galeria Ouro Velho, na Rua Augusta, 1371, no dia 29/10/2023 das 11h às 19h. Anota na agenda e aparece lá para trocar uma ideia e conhecer muito quadrinho dahora!

Ah! Outra coisa antes que eu me esqueça: tem saído algumas resenhas bem legais sobre o Deslocados. Estou colocando elas numa sessão nova no site chamada imprensa.

Pra quem conseguir ir na OGRA, até lá! E para todo mundo uma ótima semana! 🙂

Mais um pouco sobre as HQs que compõe ‘Deslocados’

Os desenhos abaixo são da história ‘Pés de Galinha’. Esse quadrinho nasceu de um micro conto que escrevi a partir da expressão popular para designar marcas de expressão próximas aos olhos. Minha ideia era usar o termo de forma literal: e se alguém de fato tivesse pés de galinha?

Quando vou desenhar a partir de um roteiro que escrevi inicialmente como texto, levo algum tempo para desenvolver o visual desses personagens e deste mundo da história. Eu preciso encontrar “a cara” do personagem. Quando descubro seu visual, é como se o personagem de fato ganhasse vida.

Gosto bastante dessas personagens, tanto que elas aparecem com algum destaque na capa e na quarta capa do livro. E, quem sabe, algum dia volto a desenhá-las em outras histórias?

‘Deslocados’ é meu primeiro álbum em quadrinhos e já está a venda diretamente comigo aqui.

Desenhos no caderno (speed drawing)

Alguns desenhos de possíveis personagens para a história que estou escrevendo. São rascunhos soltos usando alguma imagem de referência.

Estou há algum tempo escrevendo uma história que será um pouco mais longa do que as que estou acostumado a desenhar. Tenho os pontos importantes do roteiro delineados, mas estou escrevendo e rascunhando os caminhos que levam a esses pontos.

E é legal deixar se levar por esses caminhos, e chegar a outros lugares não previstos.

Hoje tive uma ideia para uma cena que me empolgou pelas possibilidades. E gostaria muito de compartilhar isso, porém, seria um grande spoiler da história. E isso é muito angustiante, porque acho que essa cena vai estar lá pela página 40 da HQ. E sei que vou demorar um bom tempo desenhando até chegar a esta cena e poder de fato mostrar para as pessoas.

Faz parte.

Bom, por hora é isso. Um grande abraço a todos!

O desenho completo:

Como foi o lançamento de ‘Deslocados’ na Bienal de Curitiba 2023

Foi minha primeira vez na Bienal de Quadrinhos de Curitiba e já estou ansioso para a próxima!

Como sempre, tenho baixas expectativas. Pensava que venderia entre 10 e 20 livros na Bienal. Afinal, faz muito tempo que não publico algo. Meu alcance nas redes sociais são, digamos, tímidas. Enfim…

Mas parece que tudo deu bastante certo. Houve reações muito positivas ao livro, seja pela capa, seja pelo conteúdo. E o público reagiu bem adquirindo o álbum. Foram mais de 80 edições nos 4 dias de evento. Fiquei bastante surpreso com o resultado!

Não só os números foram positivos. Conversar com as pessoas sobre o quadrinho foi mágico. Vou guardar na memória talvez não o nome de todos com quem conversei, mas os rostos das pessoas, suas palavras e reações. Por isso digo a todos que estiveram presentes: muito obrigado! Muito obrigado mesmo! 🙂

Foi muito bom também rever amigos artistas que há muito não encontrava dos quais gosto muito e pegar seus mais recentes trabalhos.

Também fiz novos amigos e tomei contato com artistas incríveis que conhecia só pelas redes sociais ou pelo trabalho impresso, ou ainda, via catarse.

Toda uma nova geração diversa e com trabalhos ricos e empolgantes. Pessoas engajadas com seu trabalho, dedicando suas vidas a esse ofício solitário, árduo e apaixonante que é fazer quadrinhos.

Além do pessoal da imprensa especializada que deu aquela força sem a qual o evento e as obras expostas não teriam o mesmo alcance.

Infelizmente não consegui rodar todas as mesas individualmente como gostaria.

Obrigado ainda à Cafe Espacial na figura de Sergio Chaves e Francylene Silva, e à Letícia Las Casas por ter ajudado na mesa. Sem vocês seria impossível! 🙂

PS. Se você não adquiriu o livro, pode comprar aqui na nossa lojinha autografado.

PS2. Na minha conta do instagram tem mais fotos.