A procura de estilo um sintético

Nesta ótima entrevista do Ramon Vitral com o quadrinista norueguês Jason, o artista fala da busca por um estilo menos realista por, entre outras razões, demora em finalizar um trabalho mais convencional:

“O meu primeiro álbum foi desenhado com um estilo muito realista, mas não fiquei muito feliz com o resultado e demorou muito tempo pra finalizar, então passei a tentar outros estilos e os personagens antropomorfizados surgiram. Eles pareciam encaixar no tipo de histórias que eu queria contar: fábulas”

JASON

É notável no quadrinho autoral (ou todo aquele fora do mainstream das grandes editoras), uma certa tendência para o preto e branco e a estilos menos realistas.

São características tanto por opções estéticas, quanto porque é o que é viável ser feito, porque esses autores normalmente fazem todo o trabalho sozinho.

Sempre tive uma predileção ao estilo mais sintético. Mas também gosto de algum grau de realismo, sobretudo nos cenários. O que me tem levado a estudar mais os fundamentos do desenho, como a perspectiva, luz e sombra.

Nessa linha, gosto bastante do trabalho do Jaques Tardi e Taiyo Matsumoto.

O seu estilo acaba sendo algo entre tudo que nos influencia, nossas limitações técnicas e a eterna busca por experimentar.

Quero encontar um caminho que seja estilizado, mas que carregue um certo grau de realidade, sobretudo nos cenários, mas, assim como Jason, que ao mesmo tempo seja consiso e se encaixe no tipo de histórias que gosto de fazer.

Recorde de “Abismo”, quadrinho em produção.

Não quebre a corrente

Tenho me esforçado em desenhar nem que seja um traço todos os dias.

Dor de cabeça, dia cheio. Não importa, um traço pelo menos. Vou lá, ligo o computador, abro o arquivo da história que estou desenhando no velho manga studio ex, coloco uma trilha sonora e vou fazer o traço.

O objetivo é manter a fogueira sempre acesa.

Tenho percebido que mesmo em dias complicados, alguma coisa interessante fica no papel. E as vezes não é o desenho.

Desenhar é um músculo que precisa ser exercitado todos os dias, senão atrofia.

Se for esperar tudo estar perfeito para poder se dedicar a sua arte, esse dia nunca vai chegar.

Exit Music

Exit Music

Guardo boas lembranças das bandas que toquei, mas confesso que fui um guitarrista (e baixista) medíocre. Não toco quase nada hoje em dia, mas não consigo viver sem a música. Essa HQ é mais ou menos sobre alguém que não consegue deixar de ser músico. Talvez como são os quadrinhos em minha vida.
Algumas ideias estão anotadas. Preciso torturá-las em busca da próxima história. Se der tudo certo, posto o resultado aqui. Até lá!